O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás… E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem… Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras… Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos… Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar… Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar… Alberto Caeiro
Traz-me um girassol para que o transplante no meu árido terreno e mostre todo o dia ao espelho azul do céu a ansiedade do teu rosto amarelento
Tendem à claridade as coisas obscuras esgotam-se os corpos num fluir de tintas ou de músicas. Desaparecer é então a dita das ditas
Traz-me tu a planta que conduz aonde crescem loiras transparências e se evapora a vida como essência Traz-me o girassol de enlouquecidas luzes.
Eugenio Montale
Pelas tranças da mãe-d’água Que junto da fonte está, Pelos colibris que brincam Nas alvas plumas do ubá, Pelos cravos desenhados Na flor do maracujá … Não se enojem teus ouvidos De tantas rimas em - a - Mas ouve meus juramentos, Meus cantos ouve, sinhá! Te peço pelos mistérios Da flor do maracujá! (Fagundes Varela)
“Sempre que o sol Pinta de anil Todo o céu O girassol Fica um gentil Carrossel Roda, roda, roda Carrossel Gira, gira, gira Girassol Redondinho como o céu Marelinho como o sol”
Mira-te pelo calendário da flores Que são só viço e esquecimento. Desprende-te dos ofícios do dia, Apaga os números, os anos e anos, Releva a data de teu nascimento. E assim, por tão leve sendo, Por tão de ti isento, De uma quase não resistência de pluma, Abraça o momento, Te apruma, Tome por bagagem os sonhos E apanha carona no vento.
A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranqüila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor...
Tom Jobim/Vinicius de Moraes
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Tenta te orientar pelo calendário das flores, esquece, por um momento os números, a semana , o dia de teu nascimento. Se conseguires ser leve , aproveita ,enche tuas malas de sonho e toma carona no vento. Fernando Campanella
Noite, silêncio, folhas imóveis; imóvel o meu pensamento. Onde estás, tu que me ofereceste a taça? Hoje caiu a primeira pétala.
Eu sei, uma rosa não murcha perto de quem tu agora sacias a sede; mas sentes a falta do prazer que eu soube te dar, e que te fez desfalecer.
Acorda... e olha como o sol em seu regresso vai apagando as estrelas do campo da noite; do mesmo modo ele vai desvanecer as grandes luzes da soberba torre do Sultão.
Omar Khayyam
Tenta te orientar pelo calendário das flores, esquece, por um momento os números, a semana , o dia de teu nascimento. Se conseguires ser leve , aproveita ,enche tuas malas de sonho e toma carona no vento. Fernando Campanella
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Segue o caminho do teu coração e salta de coração em coração por este caminho semeado com pétalas vermelhas e corações vermelhos. Não te desvies, nem escolhas o coração incorreto. Segue as tuas sensações e permite que te conduzam pelo perfume da rosa vermelha.
As flores - ah, as flores! Elas ficam aí, como alguém as pôs e não interferem no silêncio da imaginação. De repente as descubro e me envergonho de as não ter visto antes. As flores, elas ficam assim como quem chegou pelos fundos e fazem tudo pra nos fazer felizes, apesar de tudo. As flores, querida, são o recado que a gente tentou mandar e não soube dizer.
Somente depois da última árvore derrubada, depois do último animal extinto, e quando perceberem o último rio poluído, sem peixe, O Homem irá ver que dinheiro não se come! (Provérbio Indígena)