Tanta hortênsia, tanta, que olhava para aquelas flores à semelhança de quem olha o zênite em dia de geada, era um azul só, cor do céu, encantava-se com seus olhos agora floridos também.
Queria tanto meu jardim florido, Por belas hortênsias azuis! Que ao cair do dia, um sonho lindo Poisar em teus olhos nus...
Queria tanto, o verde das matas! Auroras rasgando os olhos teus. Colibris poisando nas raras datas, Faces ocultadas neste peito meu!
Queria tanto a neblina do céu! O calor no corpo preenchido de hortênsias Refletindo o meu amor, por tua essência...
E calado junto ao meu peito Viria dormir perfumado no meu leito Um buquê ejetado como um doce véu!
Ledalge
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Livres, as rosas brotam para nos dizer que cantemos nas noites líricas de luar. E que vejamos cada estrela resplandecer, aprendendo, juntos, o sentido de amar. .......... Ah! Cante à sua rosa, elas têm sede de cortesia. Mesmo os pinhos toscos se curvarão às emoções, à voz aveludada das rosas, em forma de poesia!
Alamanda é o nome popular de uma planta da família das Apocináceas. Trata-se de uma trepadeira (liana) de folhagem e fores muito ornamentais, usada no paisagismo em todo o Brasil. É considerada uma planta tóxica.
"Vem. Conversemos através da alma. Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos. Sem exibir os dentes, sorri comigo, como um botão de rosa"
Rumi
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O amor é a única flor que desabrocha sem a ajuda das estações. Khalil Gibran
Compõe as flores sem adornos. As coisas simples, mesmo se de ornamento apenas servem, dispensam sempre o que é gratuito. E sê, também, por isso, uma flor. Ou só o orvalho que a sustenta. Ou só o seu perfume matinal.
Albano Martins
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"Você vai rir se lhe disser que estou cheio de flor e passarinho... Que nada do que amei na vida se acabou: e mal consigo andar tanto isso pesa."
Ferreira Gullar
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
“Um dia peguei uma margarida e fiz o “bem-me-quer, mal-me-quer”… na primeira vez deu bem-me-quer, então me ama. Na segunda veio não-me-quer, mas não fiquei preocupado … as margaridas também podem mentir!”
Era uma vez um sultão que tinha uma filha única e ele a amava muito. Era uma donzela belíssima, inteligente, bem-educada e charmosa. Ainda assim o sultão não deixava de lamentar aquilo que ele considerava o grande defeito da filha: a forte personalidade que muitas vezes se transforma em teimosia.
Quando ela finalmente atingiu certa idade, o sultão, que não deixava de sonhar com seus sucessores, concluiu que já era tempo dela se casar. Mas conhecendo o temperamento da filha, tentou ser sutil e sugeriu uma vez... Duas vezes... Três vezes... E mais outras tantas. A princesa, que nem pensava em casamento ainda, foi se irritando com aquela insistência, se irritando, se irritando até que sem motivo algum estourou:
- Papai, eu jamais me casarei!
Era um pouco demais e o sultão agora insistia incisivamente e os dois já não suportavam um ao outro. Até que certo dia a princesa, diante da insistência do pai, cheia de charme, respondeu:
- Papai, eu sou mesmo uma princesa, não sou?
- Claro, minha filha.
- E mereço o que há de melhor, não mereço?
- Claro, minha filha.
- Pois papai, eu decidi que tudo bem, eu irei me casar. - O sultão surpreendido e maravilhado se animou todo. – E o meu marido tem de ser o melhor marido possível, não é papai?
- Claro, claro! O melhor!
- Pois, ele deve ser capaz de me oferecer o maior dos dotes! Aquilo que o meu coração mais deseja.
- Claro, filha!
- Então, eu só me casarei com aquele que me trouxer esse presente e nenhum outro será digno. Promete, papai?
- Prometo filha, prometo – Disse o sultão exultante, ansioso por ouvir da sua filha a promessa de que casaria e já vendo a sala do trono cheia de netinhos, concordava com tudo – Mandarei publicar um decreto real hoje mesmo com a sua decisão, minha filha.
- Promessa de sultão?
- Promessa de sultão. E qual é esse presente? Jóias? Um palácio? Vestidos? Um animal exótico?
- Não, papai. Eu quero algo simples, uma flor.
- Uma flor? Mas que ótimo, minha filha, que...
- Uma rosa azul! Eu só me casarei com aquele que me trouxer uma rosa azul! – E ela se ergueu e saiu da sala cheia de graça e determinação – E lembre-se, você prometeu!
O sultão ficou ali pasmado. Quem teria uma rosa azul no mundo, se existisse tal coisa. Aquilo era um absurdo! Mas palavra de sultão é palavra de sultão e naquela mesma tarde mandou publicar, consolado por uma pontinha de esperança, o decreto oferecendo a mão da princesa para aquele que trouxesse uma rosa azul.
Pois havia um jovem nobre, que tendo conhecido a princesa em uma festa na corte, havia se apaixonado perdidamente por ela. Quando aquele decreto foi publicado ele imediatamente encheu-se de esperança e ansiedade. Mas constatando que não existia uma rosa azul em nenhum dos seus jardins, ele chamou seus conselheiros e disse:
- O sultão não publicaria um decreto destes sem pé nem cabeça. Certamente que é uma forma de testar os nossos recursos! Pois, vão até as minas e não descansem até que a mais perfeita safira seja encontrada!
Dito e feito e após alguns dias retornaram com uma safira perfeita. Ele chamou os melhores joalheiros do reino e disse-lhes:
- Façam agora a jóia mais perfeita do mundo! E que ela tenha a forma de uma rosa.
E algumas semanas depois os joalheiros retornaram e entregaram um pequeno bauzinho para o príncipe. Ele abriu a caixa e lá dentro viu um broche magnífico, em forma de uma rosa com pétalas azuis. Confiante foi até o palácio do sultão e se fez anunciar.
O sultão curioso em conhecer uma rosa azul, atendeu o príncipe que lhe entregou o bauzinho. Ao abri-lo, o sultão se maravilhou e sem dizer uma palavra, correu até os aposentos da filha.
- Filha, filha! Que maravilha! Que idéia esplêndida que foi essa da rosa azul! Pois, eis que agora temos a jóia mais bela que existe! E você terá um ótimo marido, sem dúvida.
A princesa, que acreditava ter sepultado de vez aquela história de casamento com a idéia da rosa azul, foi ver o que o pai queria, toda receosa. Mas assim que viu o broche, devolveu-o com o maior desprezo.
- Ora, papai! Pois eu peço uma rosa azul e você me traz isto? Sinta o perfume dela, você pode? Onde já se viu rosa sem perfume? E suas pétalas! São frias e duras! Que absurdo. Como jóia esse broche é a mais rica jóia do mundo; mas como rosa, é a mais pobre de todas. Certamente o meu amor não será conquistado por algo tão pobre. Vá-se daqui e só volte com a minha rosa azul.
O sultão engoliu a raiva e o desapontamento e despachou o pobre príncipe.
Havia um artesão muito talentoso, o mais talentoso de todo o mundo. Era rico e cheio de sucesso, porém ambicionava muito mais. Quando soube do decreto real pensou consigo mesmo: “Ora, terá ficado senil o sultão? Sei bem que não existe uma rosa azul. Mas bem que poderia existir, pois seria tão bom casar-me com a princesa e fazer parte da nobreza. Certamente que há de haver algum truque neste decreto.”
E ele pensou, pensou, pensou, até que se trancou na sua oficina, passando ali dias seguidos a criar. Seus ajudantes já estavam preocupados quando ele abriu as portas segurando um lindo vaso de cristal.
- Eis a rosa azul! Agora a minha vida vai mudar!
- Mas mestre, é um belo vaso, mas onde está a rosa azul.
E em resposta ele ergueu o vaso até a janela, deixando que os raios de luz incidissem sobre ele. Imediatamente a luz, refletindo-se sobre os diferentes cristais, em cores e formas, criou uma imagem de uma bela rosa azul dentro do vaso. E confiante foi até o palácio.
O sultão o recebeu cético, mas ao ver a o vaso sob a luz do sol, correu maravilhado.
- Filha, filha! Perdoa-me, mas só posso dizer o quanto você está certa! Olhe que bela maravilha foi-te oferecida desta vez e prepare-se para casar!
A princesa olhou aquele vaso. Moveu-o de um lado para o outro, da luz para as sombras, e o devolveu para o sultão.
- Bem engenhoso.
- Mas...
- Ora, papai, eu preciso me explicar? Eu peço uma rosa azul e você se satisfaz com um mero simulacro? Pois a rosa azul é ainda mais bela, quando é noite e me preparo para dormir! Já esta daí, simplesmente deixar de existir! Vá embora e leve esse vaso daqui!
O sultão mandou o artesão embora pensando: “Nem a riqueza, nem o talento faz existir uma rosa azul para ela, o que será capaz de conseguir tal feito?”.
Um ladrão deu de cara com decreto. Imaginou todas as riquezas do sultão e ficou todo obcecado. Procurou de lado a lado uma rosa azul, apenas para descobrir que não conseguia achá-la. Mas esse tipo de gente se torna cheia de recursos quando decidida a realizar algo e saiu em uma busca, atrás de quem soubesse de uma rosa azul. Acabou encontrando uma velha eremita, que residia em uma montanha, e diziam ser muito sábia. Mas atente-se, ele não perguntava onde achar uma rosa azul, mas sim:
- Como consigo uma rosa azul?
Quando a velha ouviu tal pergunta desatou a gargalhar.
- Ora, nada mais fácil, seu tolo!
- Fácil?
- Você sabe onde tem uma roseira?
- Claro, meu vizinho tem uma. Basta eu ir até o muro.
- De rosas brancas?
- Basta pular o muro...
- Pois bem... – E a velha contou-lhe como poderia conseguir uma rosa azul. E ele retornou para casa, rindo-se a valer enquanto pensava em todo trabalho que teve quando era algo tão simples.
Quando chegou na cidade passou na tinturaria e comprou um frasco de tinta azul. Foi até a casa e na hora que o vizinho não estava, saltou o muro e escolheu a mais vistosa rosa branca. Colocou um pouco de água em um vidro, toda a tinta e a rosa. E foi dormir sonhando com toda a riqueza que teria.
No dia seguinte, saltou da cama e viu a rosa, agora, com pétalas azuis. Colocou a sua melhor roupa (que era a outra roupa que tinha) e foi até o palácio. Após muito insistir foi admitido até o sultão, que o recebeu todo “animado”:
- Pois não? O que é?
E o ladrão mostrou-lhe a rosa azul. O sultão olhou, viu que era um desclassificado, completamente indigno. Mas, olhando a rosa azul, deu com os ombros.
- Que seja.
Foi até a filha e deu-lhe a rosa azul:
- Afinal, achou um marido.
A princesa intrigada pegou aquela rosa e a cheirou. Torceu o nariz e voltou-se para o pai:
- Quero crer que somente por querer me ver tão desesperadamente casada que se deixou enganar por um truque tão vil e simples! - E esmagou algumas pétalas, que deixaram marcas na sua mão – É uma rosa branca, escamoteada de azul!
O sultão, já sem paciência, descontou toda a raiva no pobre do ladrão. E daquele dia em diante, desistiu de insistir com a filha, que pôde, finalmente, desfrutar em paz o resultado do estratagema que utilizara.
Mais dias, menos dias – A princesa estava no balcão do quarto, observando o jardim, quando ouviu uma música muito bela. Maravilhada, ela procurou a origem daquela música e viu, andando no jardim, um bardo tocando, enquanto andava despreocupado. Quando percebeu, ela mesma estava acompanhando aquela música. O bardo, ao ouvir aquele acompanhamento, dirigiu-se até o balcão e, sem parar a música, subiu até lá no alto. Os dois juntos agora cantavam, os olhos cintilantes e, no ritmo da música, ambos sabiam: haviam se apaixonado.
Quando a música terminou, a princesa perguntou:
- Quer se casar comigo?
- Claro! – Ele respondeu. – Onde está o seu pai para que eu possa falar com ele?
- Há porém um pequeno problema. – E ela contou-lhe a história do decreto real, temerosa, pois sabia que palavra de sultão era palavra de sultão e agora a sua teimosia podia custar-lhe caro. Mas ele riu jovialmente. – Mas como? Eu preocupada e você a rir? Não teme jamais achar a rosa azul e jamais casar-se comigo? É assim tão pueril?
- Ah, não! É tão simples! Amanhã trarei a rosa azul. Preste atenção e me espere.
No dia seguinte o bardo entrou pelo castelo, carregando uma rosa... cor de rosa. Fez-se receber pelo sultão e disse:
- Venho aqui casar-me com a princesa e eis a rosa azul. – E entregou a rosa rosa, para o sultão que, surpreso, chegou a esfregar os olhos para ver se enxergava bem.
- Essa rosa é rosa! Ficou doido?
- É uma rosa azul. A única do mundo, eu te garanto. Contaria para você todas as aventuras que passei para consegui-la, mas prefiro guardar tal conto para o dia do casamento.
O sogro, cansado, irritado e temendo ser escorraçado novamente pela filha, voltou-se:
- Pois bem, pois bem. Essa é uma rosa azul e só eu que não percebo isso. Pois vou lhe trazer alguém que vai poder-lhe dizer exatamente o que é uma rosa azul.
E mandou chamar a filha, que compareceu rapidamente.
- Filha, filha. Esse moço jura que me trouxe uma rosa azul. Eu tenho certeza de que não é uma rosa azul, mas deixo para você o prazer de explicar-lhe o que verdadeiramente é uma rosa azul. – E dizendo isso apontou para o bardo que segurava a rosa sorridente.
- Ora papai – A princesa disse e, diante da corte surpresa, tomou a rosa na mão e a cheirou – É a mais bela rosa azul que já vi.
E deveras, no banquete de casamento, o bardo contou a história das mil peripécias que viveu para conseguir a única rosa azul do mundo.
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Uma rosa é bela, não importa em qual jardim floresça.
Abdu'l Bahá , sábio persa
Na Idade Média, a literatura se apoderou da rosa, símbolo do amor, com o alegórico Romance da Rosa, de Guillaume de Lorris, um best-seller do século XIII, em cuja história um jovem sonha com o amor ideal, e neste sonho a mulher que ele ama é simbolizada por um botão de rosa em um jardim representando a vida cortês.
Seu nome vem do latim rosa, que por sua vez procede do grego rhodon numa referência a Rodes, ilha coberta de rosas. Qualificada como "a rainha das flores" pela poetisa Safo no século VI a.C., ela teria sido criada, segundo a mitologia grega, por Clóris, deusa das flores (Flora entre os romanos), com o corpo inanimado de uma ninfa. Foi consagrada a Afrodite, deusa do amor, e depois a Vênus, na época romana. Dioniso, segundo a tradição mais difundida, ofereceu-lhe seu perfume inebriante, e as Três Graças lhe concederam o encanto e o brilho que ela trazia aos que a contemplavam. Cupido, filho de Marte, deus da guerra, e de Vênus, usava uma coroa de rosas, assim como Príapo, deus dos jardins e da fecundidade. Mil anos antes da nossa era, a rosa-de-damasco, uma das mais antigas que se conhece, era cultivada na ilha de Samos, no Mediterrâneo, em honra de Afrodite.
Uma vez uma borboleta se apaixonou por uma linda rosa. A rosa ficou comovida, pois o pó das asas da borboleta formava um maravilhoso desenho em ouro e prata. Assim, quando a borboleta se aproximou voando da rosa e disse que a amava, a rosa ficou coradinha e aceitou o namoro. Depois de um longo noivado e muitas promessas de fidelidade, a borboleta deixou sua amada rosa. Mas ó desgraça! A borboleta só voltou muito tempo depois.
- É isso que você chama fidelidade? – choramingou a rosa. – Faz séculos que você partiu, e além disso você passa o tempo de namoro com todos os tipos de flores. Vi quando você beijou dona Gerânio, vi quando você deu voltinhas na dona Margarida até que dona Abelha chegou e expulsou você... Pena que ela não lhe deu uma boa ferroada!
- Fidelidade!? – riu a borboleta. – Assim que me afastei, vi o senhor Vento beijando você. Depois você deu o maior escândalo com o senhor Zangão e ficou dando trela para todo besourinho que passava por aqui. E ainda vem me falar em fidelidade!
Nativa da África, Índia, Peru, Venezuela, Flórida, México e Brasil. Possui mais de 130 variedades classificadas. Conta-se que quem lhe deu esse nome foi o rei Juba II, da Mauritânia, no século I AC, em homenagem so seu médico pessoal, que se chamava Euphorbus.
Dentre estas, algumas são bastante conhecidas. (Avelós; Asa-de-Papagaio; Bico-de-Papagaio; Cipó-de-Breu; Coroa-de-Cristo; Esula; Euphorbia esula; Euphorbia milii; Euphorbia phosphorea; Euphorbia pulcherrima; Euphorbia splendens; Folha-de-Sangue; Flor-de-Papagaio; Parece-mas-não-é; Poinsettia; Eufórbia; Eufórbio)
Lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. (...) E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor. Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, - por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.
Como as flores, a orquídea tem uma lenda. Eis a encantadora história, como é contada nas terras da Indochina. Na cidade de Anam, existia uma jovem chamada Hoan-Lan, que divertia-se em fazer penar suas paixões aos seus numerosos adoradores. Por um sorriso, o jovem Kien-Fu tinha cinzelado o ouro mais fino e trabalhado com infinita paciência as mais lindas peças de jade. A ingrata, após se adornar com todos os presentes do nobre apaixonado, riu-se dele e o desprezou. Kien-Fu, desesperado, acabou com a própria vida atirando-se ao Rio Vermelho.
O pintor Nguyen-Ba conseguiu obter cores desconhecidas para pintar o retrato de sua amada. Esta, porém, depois de ter exibido para a satisfação de sua vaidade a magnífica pintura, desprezou o artista, que desapareceu para sempre no mistério das selvas. Mai-Da, apaixonado também, quis patentear seu amor à jovem volúvel, inventando um perfume delicioso somente digno dos anjos. A ingrata perfumou-se e mandou pôr na rua o seu adorador que, nada mais aspirando na vida, se envenenou.
Cung-Le levou sua perseverança a incrustar nácar numa pulseira de ébano que foi recebida pela ingrata. O pobre endoideceu.
Mas o poderoso Deus das Cinco Flechas, que a tudo via e tudo ordenava, julgou que era o momento de castigar tanta maldade, fazendo a jovem volúvel apaixonar-se pelo formoso Mun-Cay. E desde então, Hoan-Lan sonhava no seu leito de nácar e sedas bordadas com seu adorado, cujo nome esvoaçava sobre seus lábios de carmim, como uma borboleta sobre a rosa. Ao despertar, descia à piscina, banhava-se e adornava-se com suas jóias mais preciosas para ver passar seu querido Mun-Cay, que apenas se dignava a levantar os olhos para ela. Nunca tinha considerado a formosa jovem nem se interessado pela fama de beleza que tinha ardido à sua volta.
Os dias iam passando e Mun-Cay não saía de sua indiferença cruel. Um dia, Hoan-Lan decidiu sair-lhe ao encontro e declarar-lhe paixão. Não me interessas, rapariga ! - disse ele. - És como todas as outras. Para mim não vales nada. Se fosses como aquela que eu amo... Esta sim, é uma deusa. Tu, mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nem para atar-lhe as fitas das sandálias. E, com um sorriso desdenhoso, afastou-se.
Em meio de seu desespero, Hoan-Lan lembrou-se do Deus Todo Poderoso que vivia na montanha de Tan-Vien. Talvez ele pudesse lhe valer. Apesar da noite escura e chuvosa, a jovem dirigiu-se ao monte sagrado, onde residia sua última esperança. A entrada do templo subterrâneo era guardada por um terrível dragão. Suplicou-lhe a concessão de entrada e ao cabo de muitos pedidos conseguiu penetrar num extenso corredor, por entre serpentes horríveis que lhe babujavam os pés nus.
Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostrou-se e implorou:
- Cura-me, que sofro horrorosamente. Amo Mun-Cay que me despreza. - É justo o castigo - respondeu o deus - Porque isso mesmo tens feito aos teus apaixonados. - Ó Todo Poderoso, tem dó de mim. Concede-me o amor de meu querido Mun-Cay. Sabes bem que não posso viver sem ele. - Vai-te daqui - rugiu o gênio - Nada conseguirás. O castigo que pesa sobre ti, foi imposto pelo Deus das Cinco Flechas, que tudo sabe. É justo que sofras. Saia do meu templo.
Á saída, Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra. - Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.
Hoan-Lan, voltou à sua casa, que lhe parecia um cárcere. Saía para os bosques a distrair sua pena, mas sempre em vão. Um dia, vendo ao longe seu adorado Mun-Cay, correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem foi transformado numa árvore de ébano.
Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, lhe disse:
- Desta maneira o teu amado não pode ser nunca de outra mulher. - Bruxa infame, exclamou chorando, a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu adorado ? Devolva-me ou mate-me. - Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma me pertence.
Hoan-Lan, abraçada ao pé da árvore, clamava desesperadamente a seu tronco imóvel.
- Perdoa-me, Mun-Cay. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência e compaixão. Não vês como me arrasto aos seus pés, como te abraço, como sofro!
Mas a árvore nada respondia. A jovem ali ficou por muito tempo. Uma manhã passou por ali um gênio que se compadeceu da sua dor. Acercando-se dela, pôs-lhe um dedo na testa e disse:
- Mulher, procedeste muito mal. Foste volúvel até a crueldade e ingrata até a malvadez. Procedeste muito mal. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás da sua seiva, sempre parasita do teu amado.
Assim falou o poderoso gênio. E, quando falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tornando-se de uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilharam como pontos de ouro e as suas carnes tomaram a tonalidade do nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore na derradeira súplica.
E assim apareceu a primeira orquídea do mundo, segundo a lenda do Anam.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Se a mão de um poeta Vos cultiva agora, ó rosas, Mais vivas. mais jubilosas , Floresceis.
Edelweiss são florzinhas brancas, comuns no alto das montanhas austríacas. Edelweiss significa branco nobre ou raro. Parece um algodão fofinho, macio e branquinho como a neve. Reza a lenda que os jovens subiam o pico mais alto das montanhas, superando todas as dificuldades só para pegar uma destas florzinhas para dar para a sua amada, a escolhida para ser seu grande amor, fazendo assim uma declaração de amor eterno... Quem assistiu o filme A Noviça Rebelde se encantou com a canção edelweiss... Na Austria, na Alemanha, Bulgaria... você encontra nas lojas de souvenir um edelweisss para colocar na sua corrente, no seu cabelo...
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domingo, 19 de junho de 2011
Sou um objeto querido por Deus. E isso me faz nascerem flores no peito. Clarice Lispector
O cravo beijou a rosa debaixo de uma sacada, Entrelaçaram as mãos, Ouviram Piazzola e Gardel E dançaram tanto, E beijaram-se tanto, que se despetalaram e se transformaram em salada de flor.
O cravo tem diversas cores e cada uma delas tem seu significado particular. O cravo é uma flor diferente de qualquer outra, ele representa coisas completamente diferentes, o que As Rosas Não Falam, os cravos dizem. O cravo vermelho é o mais conhecido e significa “viver para a pessoa amada”, é indicado dar o cravo a pessoa amada com o objetivo de representar o seu amor por ela.
Nome Popular: Vinca, vinca-de-gato, vinca-de-madagascar, boa-noite, maria-sem-vergonha, bom-dia.
É um arbusto semi-herbáceo vindo da ilha de Madagascar, na África , caracterizada por suas pequenas flores coloridas e sua facilidade de cultivo. A maioria das espécies de Vinca possue a flor com uma cor mais forte em seu interior.
Suas folhas são bem verdes e ovais e possuem nervuras em uma tonalidade de verde mais clara que a do resto da folha.
Somente depois da última árvore derrubada, depois do último animal extinto, e quando perceberem o último rio poluído, sem peixe, O Homem irá ver que dinheiro não se come! (Provérbio Indígena)