Uma flor voava. Por mais que pareça impossível, uma flor voava. Uma flor amarela ia voando, e levava ao lado o seu botão fechado. Parecia uma jovem graciosa com sua bolsinha no braço. Voava a flor amarela, no ar indefinido.
E a pequena flor amarela voava, solta, levíssima, por um rumo secreto, de alma evadida.
Laranjas e morangos — quanto às frutas, Quanto às flores, porém, ah! quanto às flores, Trago-te dálias rubras, d'essas cores Das brilhantes auroras impolutas.
Venho de ouvir as misteriosas lutas Do mar chorando lágrimas de amores; Isto é, venho de estar entre os verdores De um sítio cheio de asperezas brutas,
Mas onde as almas — pássaros que voam — Vivem sorrindo às músicas que ecoam Dos campos livres na rural pobreza.
Trago-te frutas, flores, só apenas, Porque não pude, irmã das açucenas, Trazer-te o mar e toda a natureza! Cruz e Souza
Somente depois da última árvore derrubada, depois do último animal extinto, e quando perceberem o último rio poluído, sem peixe, O Homem irá ver que dinheiro não se come! (Provérbio Indígena)