quarta-feira, 24 de março de 2010
Há sempre beija-flores
nos hibiscos
da casa da esquina,
Desde que seja outono,
há sempre hibiscos
na casa dos beija-flores,
a da esquina.
Na casa da esquina
há sempre beija-flores
no outono,
desde que haja hibiscos.
E desde que haja hibiscos,
beija-flores,
esquinas,
casas,
sou feliz por um momento.
Tércio Ribeiro de Moraes
terça-feira, 23 de março de 2010
É tão fundo o silêncio
segunda-feira, 22 de março de 2010
O outono
Coro das quatro estações:
Há tantos frutos nos ramos,
De tantas formas e cores!
Irmãs ! enquanto dançamos,
Saíram frutos das flores!
O Outono :
Sou a estação mais rica:
A árvore frutifica
Durante esta estação;
No tempo da colheita,
A gente satisfeita
Saúda a Criação,
Concede a Natureza
O premio da riqueza
Ao bom trabalhador,
E enche, contente e ufana,
De júbilo a choupana
De cada lavrador.
Vede como o galho,
Molhado inda de orvalho,
Maduro o fruto cai ...
Interrompendo as danças,
Aproveitai, crianças!
Os frutos apanhai!
Coro das quatro estações:
Há tantos frutos nos ramos,
De tantas formas e cores!
Irmãs ! enquanto dançamos,
Saíram frutos das flores!
Olavo Bilac
Quero todas as flores!
A flor mais bonita do jardim
A história das flores que se tranformaram em algo muito especial quando se juntaram em um buquê.
Quando o verão terminou, todas as flores do jardim queriam saber qual delas tinha sido a mais bonita:
As rosas disseram, "Nós somos as melhores porque fomos as primeiras flores a desabrochar na primavera".
As margaridas disseram: "Oh não, nós somos as melhores porque mostramos flores lindas durante todo o verão".
As grandes flores amarelas do crisântemo disseram: "Não sejam tolas, nós somos as melhores porque fomos as últimas a desabrochar no outono".
Cada flor se declarava a melhor de todas. Mas quando as pessoas vinham visitar o jardim, elas paravam as discussões. Todas ficavam quietas e se exibiam orgulhosas, para que o público dissesse que elas eram as melhores.
Um dia, o jardineiro veio ao jardim. As rosas afofavam suas pétalas para parecerem as melhores. As margaridas permaneciam eretas para parecerem as melhores. As flores do crisântemo se voltavam para o sol para parecerem as melhores. Cada uma estava certa de que o jardineiro a escolheria como a melhor. Mas o jardineiro apenas sorriu e disse: "Olhem todas as minhas lindas flores".
O jardineiro então pegou uma cesta e aí colocou as rosas. As rosas se acharam especiais porque foram as primeiras a serem colhidas. Mas as margaridas riram das rosas: Ha-Ha! Voces não são suficientemente belas para ficar no jardim".
A seguir o jardineiro colocou as margaridas na cesta, e as flores do crisântemo começaram a rir: "Nós dissemos! Somos as melhores porque somos as únicas a permanecer no jardim".
E finalmente o jardineiro colocou as flores do crisântemo na cesta. E todas voltaram a discutir - quem era a melhor.
Quando o jardineiro voltou para casa, começou a colocar todas as belas flores em um vaso. Primeiro colocou as rosas, se lembrando que elas foram as primeiras a desabrochar na primavera.
Em seguida colocou as margaridas e pensou como era maravilhoso vê-las todos os dias quando passeava pelo jardim.
E por fim colocou no vaso as flores do crisântemo. Ele estava ansioso para ver as flores do outono. Tinha esperado todo o verão para vê-las.
O jardineiro colocou o vaso sobre a mesa e disse: "Eu tenho o mais bonito buquê de flores. Cada uma delas é a melhor, mas juntas parecem perfeitas!".
E então as flores se deram conta que todo o tempo cada uma delas era o melhor que podia ser. Mas somente quando o jardineiro fez um buquê com todas, elas se tornaram especiais. E finalmente, todas ficaram muito felizes.
(Desconheço o autor)
Sinfonia de Outono...
É outono... a mágica estação do ano em que a natureza revela um especial esplendor.
Calmamente vou adentrando a alameda de plátanos dourados.
Um tapete amarelo-avermelhado espalha-se a meus pés...
...por onde sigo pisando tão calmamente, como num caminho perfeito,
num vagar calculado, com o firme propósito de saborear esses momentos
de pura e encantadora magia...
Um cenário perfeito para reflexões e versos que me me vêm à mente...
Imagino se existe um portal no paraíso... então este deve ser o portal do paraíso...
Longos soluços dos violinos de outono
Ferem meu coração com langor monótono...
E choro, quando ouço, ofegando, bater a hora,
lembrando os dias, as alegrias e ais de outrora.
E vou-me ao vento que, num tormento
me transporta de cá para lá, como faz a folha morta.
(Verlaine)
As Cores De Abril
As cores de abril
Os ares de anil
O mundo se abriu em flor
E pássaros mil
Nas flores de abril
Voando e fazendo amor
O canto gentil
De quem bem te viu
Num pranto desolador
Não chora, me ouviu
Que as cores de abril
Não querem saber de dor
Olha quanta beleza
Tudo é pura visão
E a natureza transforma a vida em canção
Sou eu, o poeta, quem diz
Vai e canta, meu irmão
Ser feliz é viver morto de paixão
(Vinicius De Moraes / Toquinho)
O outono já chegou - aos arrufos do vento
as folhas num desmaio embalam-se pelo ar...- vão caindo... caindo... uma a uma, em desalento
e uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...
O céu perdeu o azul - vestiu-se de cinzento
e envolveu na neblina a luz baça do luar...
- na alameda onde vou, de momento a momento,
há um gemido de folha a cair e a expirar...
O arvoredo transpira as carícias dos ninhos,
e o vento a cirandar na curva das estradas
eleva o folhareu no espaço em redemoinhos...
Há um córrego a levar as folhas secas em bando...
- e à aragem que soluça entre as ramas curvadas,
parece que o arvoredo em coro está chorando!...
(J.G. de Araujo Jorge)
CANÇÃO DE OUTONO
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
(Cecília Meireles)
Poesia de Outono!
O outono já chegou - aos arrufos do vento as folhas num desmaio embalam-se pelo ar...- vão caindo... caindo... uma a uma, em desalento e uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...
O céu perdeu o azul - vestiu-se de cinzento e envolveu na neblina a luz baça do luar...
- na alameda onde vou, de momento a momento, há um gemido de folha a cair e a expirar...
O arvoredo transpira as carícias dos ninhos, e o vento a cirandar na curva das estradas eleva o folhareu no espaço em redemoinhos...
Há um córrego a levar as folhas secas em bando...
- e à aragem que soluça entre as ramas curvadas, parece que o arvoredo em coro está chorando!...
(Jorge de Araújo)
Canção do Outono
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