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Tanta hortênsia, tanta, que olhava para aquelas flores à semelhança de quem olha o zênite em dia de geada, era um azul só, cor do céu, encantava-se com seus olhos agora floridos também.
( Desconheço o autor)
Queria tanto meu jardim florido,
Por belas hortênsias azuis!
Que ao cair do dia, um sonho lindo
Poisar em teus olhos nus...
Queria tanto, o verde das matas!
Auroras rasgando os olhos teus.
Colibris poisando nas raras datas,
Faces ocultadas neste peito meu!
Queria tanto a neblina do céu!
O calor no corpo preenchido de hortênsias
Refletindo o meu amor, por tua essência...
E calado junto ao meu peito
Viria dormir perfumado no meu leito
Um buquê ejetado como um doce véu!
Ledalge
Livres, as rosas brotam para nos dizer
que cantemos nas noites líricas de luar.
E que vejamos cada estrela resplandecer,
aprendendo, juntos, o sentido de amar.
..........
Ah! Cante à sua rosa,
elas têm sede de cortesia.
Mesmo os pinhos toscos
se curvarão às emoções,
à voz aveludada das rosas,
em forma de poesia!
Sanches Figueiredo
Alamanda é o nome popular de uma planta da família das Apocináceas. Trata-se de uma trepadeira (liana) de folhagem e fores muito ornamentais, usada no paisagismo em todo o Brasil. É considerada uma planta tóxica.
Também é chamada de:
Dedal-de-dama, carolina, alamanda-amarela. alamanda-de-flor- grande , buiussu ( Belém), cipó-de-leite, camendará, orélia, Santa-maria ( Amazonas) , sete-pataca , yellow allamanda ( inglês) , monette jaune ,oréile de guyane , grelie , liane à lait ( francês) , canário e cantiva ( espanhol).
"Vem. Conversemos através da alma. Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos. Sem exibir os dentes, sorri comigo, como um botão de rosa"
Rumi
.
O amor é a única flor que desabrocha sem a ajuda das estações.
Khalil Gibran

Compõe as flores
sem adornos. As coisas
simples, mesmo se
de ornamento
apenas servem, dispensam
sempre o que é gratuito. E sê,
também, por isso,
uma flor. Ou só
o orvalho
que a sustenta. Ou só
o seu perfume
matinal.
Albano Martins
.

"Você vai rir se lhe disser que estou cheio de flor e passarinho...
Que nada do que amei na vida se acabou: e mal consigo andar tanto isso pesa."
Ferreira Gullar
“Um dia peguei uma margarida e fiz o “bem-me-quer, mal-me-quer”… na primeira vez deu bem-me-quer, então me ama. Na segunda veio não-me-quer, mas não fiquei preocupado … as margaridas também podem mentir!”
Jim Morrison
Era uma vez um sultão que tinha uma filha única e ele a amava muito. Era uma donzela belíssima, inteligente, bem-educada e charmosa. Ainda assim o sultão não deixava de lamentar aquilo que ele considerava o grande defeito da filha: a forte personalidade que muitas vezes se transforma em teimosia.
Quando ela finalmente atingiu certa idade, o sultão, que não deixava de sonhar com seus sucessores, concluiu que já era tempo dela se casar. Mas conhecendo o temperamento da filha, tentou ser sutil e sugeriu uma vez... Duas vezes... Três vezes... E mais outras tantas. A princesa, que nem pensava em casamento ainda, foi se irritando com aquela insistência, se irritando, se irritando até que sem motivo algum estourou:
- Papai, eu jamais me casarei!
Era um pouco demais e o sultão agora insistia incisivamente e os dois já não suportavam um ao outro. Até que certo dia a princesa, diante da insistência do pai, cheia de charme, respondeu:
- Papai, eu sou mesmo uma princesa, não sou?
- Claro, minha filha.
- E mereço o que há de melhor, não mereço?
- Claro, minha filha.
- Pois papai, eu decidi que tudo bem, eu irei me casar. - O sultão surpreendido e maravilhado se animou todo. – E o meu marido tem de ser o melhor marido possível, não é papai?
- Claro, claro! O melhor!
- Pois, ele deve ser capaz de me oferecer o maior dos dotes! Aquilo que o meu coração mais deseja.
- Claro, filha!
- Então, eu só me casarei com aquele que me trouxer esse presente e nenhum outro será digno. Promete, papai?
- Prometo filha, prometo – Disse o sultão exultante, ansioso por ouvir da sua filha a promessa de que casaria e já vendo a sala do trono cheia de netinhos, concordava com tudo – Mandarei publicar um decreto real hoje mesmo com a sua decisão, minha filha.
- Promessa de sultão?
- Promessa de sultão. E qual é esse presente? Jóias? Um palácio? Vestidos? Um animal exótico?
- Não, papai. Eu quero algo simples, uma flor.
- Uma flor? Mas que ótimo, minha filha, que...
- Uma rosa azul! Eu só me casarei com aquele que me trouxer uma rosa azul! – E ela se ergueu e saiu da sala cheia de graça e determinação – E lembre-se, você prometeu!
O sultão ficou ali pasmado. Quem teria uma rosa azul no mundo, se existisse tal coisa. Aquilo era um absurdo! Mas palavra de sultão é palavra de sultão e naquela mesma tarde mandou publicar, consolado por uma pontinha de esperança, o decreto oferecendo a mão da princesa para aquele que trouxesse uma rosa azul.
Pois havia um jovem nobre, que tendo conhecido a princesa em uma festa na corte, havia se apaixonado perdidamente por ela. Quando aquele decreto foi publicado ele imediatamente encheu-se de esperança e ansiedade. Mas constatando que não existia uma rosa azul em nenhum dos seus jardins, ele chamou seus conselheiros e disse:
- O sultão não publicaria um decreto destes sem pé nem cabeça. Certamente que é uma forma de testar os nossos recursos! Pois, vão até as minas e não descansem até que a mais perfeita safira seja encontrada!
Dito e feito e após alguns dias retornaram com uma safira perfeita. Ele chamou os melhores joalheiros do reino e disse-lhes:
- Façam agora a jóia mais perfeita do mundo! E que ela tenha a forma de uma rosa.
E algumas semanas depois os joalheiros retornaram e entregaram um pequeno bauzinho para o príncipe. Ele abriu a caixa e lá dentro viu um broche magnífico, em forma de uma rosa com pétalas azuis. Confiante foi até o palácio do sultão e se fez anunciar.
O sultão curioso em conhecer uma rosa azul, atendeu o príncipe que lhe entregou o bauzinho. Ao abri-lo, o sultão se maravilhou e sem dizer uma palavra, correu até os aposentos da filha.
- Filha, filha! Que maravilha! Que idéia esplêndida que foi essa da rosa azul! Pois, eis que agora temos a jóia mais bela que existe! E você terá um ótimo marido, sem dúvida.
A princesa, que acreditava ter sepultado de vez aquela história de casamento com a idéia da rosa azul, foi ver o que o pai queria, toda receosa. Mas assim que viu o broche, devolveu-o com o maior desprezo.
- Ora, papai! Pois eu peço uma rosa azul e você me traz isto? Sinta o perfume dela, você pode? Onde já se viu rosa sem perfume? E suas pétalas! São frias e duras! Que absurdo. Como jóia esse broche é a mais rica jóia do mundo; mas como rosa, é a mais pobre de todas. Certamente o meu amor não será conquistado por algo tão pobre. Vá-se daqui e só volte com a minha rosa azul.
O sultão engoliu a raiva e o desapontamento e despachou o pobre príncipe.
Havia um artesão muito talentoso, o mais talentoso de todo o mundo. Era rico e cheio de sucesso, porém ambicionava muito mais. Quando soube do decreto real pensou consigo mesmo: “Ora, terá ficado senil o sultão? Sei bem que não existe uma rosa azul. Mas bem que poderia existir, pois seria tão bom casar-me com a princesa e fazer parte da nobreza. Certamente que há de haver algum truque neste decreto.”
E ele pensou, pensou, pensou, até que se trancou na sua oficina, passando ali dias seguidos a criar. Seus ajudantes já estavam preocupados quando ele abriu as portas segurando um lindo vaso de cristal.
- Eis a rosa azul! Agora a minha vida vai mudar!
- Mas mestre, é um belo vaso, mas onde está a rosa azul.
E em resposta ele ergueu o vaso até a janela, deixando que os raios de luz incidissem sobre ele. Imediatamente a luz, refletindo-se sobre os diferentes cristais, em cores e formas, criou uma imagem de uma bela rosa azul dentro do vaso. E confiante foi até o palácio.
O sultão o recebeu cético, mas ao ver a o vaso sob a luz do sol, correu maravilhado.
- Filha, filha! Perdoa-me, mas só posso dizer o quanto você está certa! Olhe que bela maravilha foi-te oferecida desta vez e prepare-se para casar!
A princesa olhou aquele vaso. Moveu-o de um lado para o outro, da luz para as sombras, e o devolveu para o sultão.
- Bem engenhoso.
- Mas...
- Ora, papai, eu preciso me explicar? Eu peço uma rosa azul e você se satisfaz com um mero simulacro? Pois a rosa azul é ainda mais bela, quando é noite e me preparo para dormir! Já esta daí, simplesmente deixar de existir! Vá embora e leve esse vaso daqui!
O sultão mandou o artesão embora pensando: “Nem a riqueza, nem o talento faz existir uma rosa azul para ela, o que será capaz de conseguir tal feito?”.
Um ladrão deu de cara com decreto. Imaginou todas as riquezas do sultão e ficou todo obcecado. Procurou de lado a lado uma rosa azul, apenas para descobrir que não conseguia achá-la. Mas esse tipo de gente se torna cheia de recursos quando decidida a realizar algo e saiu em uma busca, atrás de quem soubesse de uma rosa azul. Acabou encontrando uma velha eremita, que residia em uma montanha, e diziam ser muito sábia. Mas atente-se, ele não perguntava onde achar uma rosa azul, mas sim:
- Como consigo uma rosa azul?
Quando a velha ouviu tal pergunta desatou a gargalhar.
- Ora, nada mais fácil, seu tolo!
- Fácil?
- Você sabe onde tem uma roseira?
- Claro, meu vizinho tem uma. Basta eu ir até o muro.
- De rosas brancas?
- Basta pular o muro...
- Pois bem... – E a velha contou-lhe como poderia conseguir uma rosa azul. E ele retornou para casa, rindo-se a valer enquanto pensava em todo trabalho que teve quando era algo tão simples.
Quando chegou na cidade passou na tinturaria e comprou um frasco de tinta azul. Foi até a casa e na hora que o vizinho não estava, saltou o muro e escolheu a mais vistosa rosa branca. Colocou um pouco de água em um vidro, toda a tinta e a rosa. E foi dormir sonhando com toda a riqueza que teria.
No dia seguinte, saltou da cama e viu a rosa, agora, com pétalas azuis. Colocou a sua melhor roupa (que era a outra roupa que tinha) e foi até o palácio. Após muito insistir foi admitido até o sultão, que o recebeu todo “animado”:
- Pois não? O que é?
E o ladrão mostrou-lhe a rosa azul. O sultão olhou, viu que era um desclassificado, completamente indigno. Mas, olhando a rosa azul, deu com os ombros.
- Que seja.
Foi até a filha e deu-lhe a rosa azul:
- Afinal, achou um marido.
A princesa intrigada pegou aquela rosa e a cheirou. Torceu o nariz e voltou-se para o pai:
- Quero crer que somente por querer me ver tão desesperadamente casada que se deixou enganar por um truque tão vil e simples! - E esmagou algumas pétalas, que deixaram marcas na sua mão – É uma rosa branca, escamoteada de azul!
O sultão, já sem paciência, descontou toda a raiva no pobre do ladrão. E daquele dia em diante, desistiu de insistir com a filha, que pôde, finalmente, desfrutar em paz o resultado do estratagema que utilizara.
Mais dias, menos dias – A princesa estava no balcão do quarto, observando o jardim, quando ouviu uma música muito bela. Maravilhada, ela procurou a origem daquela música e viu, andando no jardim, um bardo tocando, enquanto andava despreocupado. Quando percebeu, ela mesma estava acompanhando aquela música. O bardo, ao ouvir aquele acompanhamento, dirigiu-se até o balcão e, sem parar a música, subiu até lá no alto. Os dois juntos agora cantavam, os olhos cintilantes e, no ritmo da música, ambos sabiam: haviam se apaixonado.
Quando a música terminou, a princesa perguntou:
- Quer se casar comigo?
- Claro! – Ele respondeu. – Onde está o seu pai para que eu possa falar com ele?
- Há porém um pequeno problema. – E ela contou-lhe a história do decreto real, temerosa, pois sabia que palavra de sultão era palavra de sultão e agora a sua teimosia podia custar-lhe caro. Mas ele riu jovialmente. – Mas como? Eu preocupada e você a rir? Não teme jamais achar a rosa azul e jamais casar-se comigo? É assim tão pueril?
- Ah, não! É tão simples! Amanhã trarei a rosa azul. Preste atenção e me espere.
No dia seguinte o bardo entrou pelo castelo, carregando uma rosa... cor de rosa. Fez-se receber pelo sultão e disse:
- Venho aqui casar-me com a princesa e eis a rosa azul. – E entregou a rosa rosa, para o sultão que, surpreso, chegou a esfregar os olhos para ver se enxergava bem.
- Essa rosa é rosa! Ficou doido?
- É uma rosa azul. A única do mundo, eu te garanto. Contaria para você todas as aventuras que passei para consegui-la, mas prefiro guardar tal conto para o dia do casamento.
O sogro, cansado, irritado e temendo ser escorraçado novamente pela filha, voltou-se:
- Pois bem, pois bem. Essa é uma rosa azul e só eu que não percebo isso. Pois vou lhe trazer alguém que vai poder-lhe dizer exatamente o que é uma rosa azul.
E mandou chamar a filha, que compareceu rapidamente.
- Filha, filha. Esse moço jura que me trouxe uma rosa azul. Eu tenho certeza de que não é uma rosa azul, mas deixo para você o prazer de explicar-lhe o que verdadeiramente é uma rosa azul. – E dizendo isso apontou para o bardo que segurava a rosa sorridente.
- Ora papai – A princesa disse e, diante da corte surpresa, tomou a rosa na mão e a cheirou – É a mais bela rosa azul que já vi.
E deveras, no banquete de casamento, o bardo contou a história das mil peripécias que viveu para conseguir a única rosa azul do mundo. .
Uma rosa é bela, não importa em qual jardim floresça.
Abdu'l Bahá , sábio persa
Na Idade Média, a literatura se apoderou da rosa, símbolo do amor, com o alegórico Romance da Rosa, de Guillaume de Lorris, um best-seller do século XIII, em cuja história um jovem sonha com o amor ideal, e neste sonho a mulher que ele ama é simbolizada por um botão de rosa em um jardim representando a vida cortês.
Seu nome vem do latim rosa, que por sua vez procede do grego rhodon numa referência a Rodes, ilha coberta de rosas. Qualificada como "a rainha das flores" pela poetisa Safo no século VI a.C., ela teria sido criada, segundo a mitologia grega, por Clóris, deusa das flores (Flora entre os romanos), com o corpo inanimado de uma ninfa. Foi consagrada a Afrodite, deusa do amor, e depois a Vênus, na época romana. Dioniso, segundo a tradição mais difundida, ofereceu-lhe seu perfume inebriante, e as Três Graças lhe concederam o encanto e o brilho que ela trazia aos que a contemplavam. Cupido, filho de Marte, deus da guerra, e de Vênus, usava uma coroa de rosas, assim como Príapo, deus dos jardins e da fecundidade. Mil anos antes da nossa era, a rosa-de-damasco, uma das mais antigas que se conhece, era cultivada na ilha de Samos, no Mediterrâneo, em honra de Afrodite.
Uma vez uma borboleta se apaixonou por uma linda rosa. A rosa ficou comovida, pois o pó das asas da borboleta formava um maravilhoso desenho em ouro e prata. Assim, quando a borboleta se aproximou voando da rosa e disse que a amava, a rosa ficou coradinha e aceitou o namoro. Depois de um longo noivado e muitas promessas de fidelidade, a borboleta deixou sua amada rosa. Mas ó desgraça! A borboleta só voltou muito tempo depois.
- É isso que você chama fidelidade? – choramingou a rosa. – Faz séculos que você partiu, e além disso você passa o tempo de namoro com todos os tipos de flores. Vi quando você beijou dona Gerânio, vi quando você deu voltinhas na dona Margarida até que dona Abelha chegou e expulsou você... Pena que ela não lhe deu uma boa ferroada!
- Fidelidade!? – riu a borboleta. – Assim que me afastei, vi o senhor Vento beijando você. Depois você deu o maior escândalo com o senhor Zangão e ficou dando trela para todo besourinho que passava por aqui. E ainda vem me falar em fidelidade!
.

Nativa da África, Índia, Peru, Venezuela, Flórida, México e Brasil. Possui mais de 130 variedades classificadas.
Conta-se que quem lhe deu esse nome foi o rei Juba II, da Mauritânia, no século I AC, em homenagem so seu médico pessoal, que se chamava Euphorbus.
Dentre estas, algumas são bastante conhecidas. (Avelós; Asa-de-Papagaio; Bico-de-Papagaio; Cipó-de-Breu; Coroa-de-Cristo; Esula; Euphorbia esula; Euphorbia milii; Euphorbia phosphorea; Euphorbia pulcherrima; Euphorbia splendens; Folha-de-Sangue; Flor-de-Papagaio; Parece-mas-não-é; Poinsettia; Eufórbia; Eufórbio)
Lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. (...)
E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, - por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.
Cecilia Meireles

Naquela nuvem, naquela,
mando-te meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.
Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida
deram flor por toda a vida.
Ai de mim que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Longe, longe, atrás do oceano
que nos meus olhos se aleita,
entre pálpebras de areia...
Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor-Perfeito.
Cecilia Meireles
Como as flores, a orquídea tem uma lenda. Eis a encantadora história, como é contada nas terras da Indochina. Na cidade de Anam, existia uma jovem chamada Hoan-Lan, que divertia-se em fazer penar suas paixões aos seus numerosos adoradores. Por um sorriso, o jovem Kien-Fu tinha cinzelado o ouro mais fino e trabalhado com infinita paciência as mais lindas peças de jade. A ingrata, após se adornar com todos os presentes do nobre apaixonado, riu-se dele e o desprezou. Kien-Fu, desesperado, acabou com a própria vida atirando-se ao Rio Vermelho.
O pintor Nguyen-Ba conseguiu obter cores desconhecidas para pintar o retrato de sua amada. Esta, porém, depois de ter exibido para a satisfação de sua vaidade a magnífica pintura, desprezou o artista, que desapareceu para sempre no mistério das selvas. Mai-Da, apaixonado também, quis patentear seu amor à jovem volúvel, inventando um perfume delicioso somente digno dos anjos. A ingrata perfumou-se e mandou pôr na rua o seu adorador que, nada mais aspirando na vida, se envenenou.
Cung-Le levou sua perseverança a incrustar nácar numa pulseira de ébano que foi recebida pela ingrata. O pobre endoideceu.
Mas o poderoso Deus das Cinco Flechas, que a tudo via e tudo ordenava, julgou que era o momento de castigar tanta maldade, fazendo a jovem volúvel apaixonar-se pelo formoso Mun-Cay. E desde então, Hoan-Lan sonhava no seu leito de nácar e sedas bordadas com seu adorado, cujo nome esvoaçava sobre seus lábios de carmim, como uma borboleta sobre a rosa. Ao despertar, descia à piscina, banhava-se e adornava-se com suas jóias mais preciosas para ver passar seu querido Mun-Cay, que apenas se dignava a levantar os olhos para ela. Nunca tinha considerado a formosa jovem nem se interessado pela fama de beleza que tinha ardido à sua volta.
Os dias iam passando e Mun-Cay não saía de sua indiferença cruel. Um dia, Hoan-Lan decidiu sair-lhe ao encontro e declarar-lhe paixão. Não me interessas, rapariga ! - disse ele. - És como todas as outras. Para mim não vales nada. Se fosses como aquela que eu amo... Esta sim, é uma deusa. Tu, mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nem para atar-lhe as fitas das sandálias. E, com um sorriso desdenhoso, afastou-se.
Em meio de seu desespero, Hoan-Lan lembrou-se do Deus Todo Poderoso que vivia na montanha de Tan-Vien. Talvez ele pudesse lhe valer. Apesar da noite escura e chuvosa, a jovem dirigiu-se ao monte sagrado, onde residia sua última esperança. A entrada do templo subterrâneo era guardada por um terrível dragão. Suplicou-lhe a concessão de entrada e ao cabo de muitos pedidos conseguiu penetrar num extenso corredor, por entre serpentes horríveis que lhe babujavam os pés nus.
Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostrou-se e implorou:
- Cura-me, que sofro horrorosamente. Amo Mun-Cay que me despreza.
- É justo o castigo - respondeu o deus - Porque isso mesmo tens feito aos teus apaixonados.
- Ó Todo Poderoso, tem dó de mim. Concede-me o amor de meu querido Mun-Cay. Sabes bem que não posso viver sem ele.
- Vai-te daqui - rugiu o gênio - Nada conseguirás. O castigo que pesa sobre ti, foi imposto pelo Deus das Cinco Flechas, que tudo sabe. É justo que sofras. Saia do meu templo.
Á saída, Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra.
- Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.
Hoan-Lan, voltou à sua casa, que lhe parecia um cárcere. Saía para os bosques a distrair sua pena, mas sempre em vão. Um dia, vendo ao longe seu adorado Mun-Cay, correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem foi transformado numa árvore de ébano.
Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, lhe disse:
- Desta maneira o teu amado não pode ser nunca de outra mulher.
- Bruxa infame, exclamou chorando, a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu adorado ? Devolva-me ou mate-me.
- Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma me pertence.
Hoan-Lan, abraçada ao pé da árvore, clamava desesperadamente a seu tronco imóvel.
- Perdoa-me, Mun-Cay. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência e compaixão. Não vês como me arrasto aos seus pés, como te abraço, como sofro!
Mas a árvore nada respondia. A jovem ali ficou por muito tempo. Uma manhã passou por ali um gênio que se compadeceu da sua dor. Acercando-se dela, pôs-lhe um dedo na testa e disse:
- Mulher, procedeste muito mal. Foste volúvel até a crueldade e ingrata até a malvadez.
Procedeste muito mal. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás da sua seiva, sempre parasita do teu amado.
Assim falou o poderoso gênio. E, quando falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tornando-se de uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilharam como pontos de ouro e as suas carnes tomaram a tonalidade do nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore na derradeira súplica.
E assim apareceu a primeira orquídea do mundo, segundo a lenda do Anam.
Se a mão de um poeta
Vos cultiva agora, ó rosas,
Mais vivas. mais jubilosas ,
Floresceis.Machado de Assis
A Primavera chegou
Mas as flores que trazia
Houve alguém que m'as levou
À minha campa vazia
A primavera chegou
E com ela seus perfumes
E porque te acompanhou
Vieram os meu ciúmes
A primavera chegou
E entrou nas minhas veias
Com sua seiva criou
Amor nas minha ideias
A Primavera chegou
Raios partam a Primavera
Que fez de mim o que sou
Que deixei de ser quem era
Amália Rodrigues
.
Edelweiss são florzinhas brancas, comuns no alto das montanhas austríacas.
Edelweiss significa branco nobre ou raro.
Parece um algodão fofinho, macio e branquinho como a neve.
Reza a lenda que os jovens subiam o pico mais alto das montanhas, superando todas as dificuldades só para pegar uma destas florzinhas para dar para a sua amada, a escolhida para ser seu grande amor, fazendo assim uma declaração de amor eterno...
Quem assistiu o filme A Noviça Rebelde se encantou com a canção edelweiss...
Na Austria, na Alemanha, Bulgaria... você encontra nas lojas de souvenir um edelweisss para colocar na sua corrente, no seu cabelo...
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Sou um objeto querido por Deus. E isso me faz nascerem flores no peito.
Clarice Lispector

O cravo beijou a rosa
debaixo de uma sacada,
Entrelaçaram as mãos,
Ouviram Piazzola e Gardel
E dançaram tanto,
E beijaram-se tanto,
que se despetalaram
e se transformaram
em salada de flor.
Nana Pereira

O cravo tem diversas cores e cada uma delas tem seu significado particular. O cravo é uma flor diferente de qualquer outra, ele representa coisas completamente diferentes, o que As Rosas Não Falam, os cravos dizem.
O cravo vermelho é o mais conhecido e significa “viver para a pessoa amada”, é indicado dar o cravo a pessoa amada com o objetivo de representar o seu amor por ela.

É um pássaro, é uma rosa,
é o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
canto na ave, água no mar.
Eugénio de Andrade

Nome Popular: Vinca, vinca-de-gato, vinca-de-madagascar, boa-noite, maria-sem-vergonha, bom-dia.
É um arbusto semi-herbáceo vindo da ilha de Madagascar, na África , caracterizada por suas pequenas flores coloridas e sua facilidade de cultivo. A maioria das espécies de Vinca possue a flor com uma cor mais forte em seu interior.
Suas folhas são bem verdes e ovais e possuem nervuras em uma tonalidade de verde mais clara que a do resto da folha.