terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Rancho das flores
Entre as prendas com que a natureza
Alegrou este mundo onde há tanta tristeza
A beleza das flores realça em primeiro lugar
É um milagre
De aroma florido
Mais lindo que toda as graças do céu
E até mesmo do mar
Olhem bem para a rosa
Não há mais formosa
É a flor dos amantes
É a rosa-mulher
Que em perfume e nobreza
Vem antes do cravo
E do lírio e da hortênsia
E da dália e do bom crisântemo
E até mesmo do puro e gentil malmequer
E reparem no cravo
O escravo da rosa
Que flor mais cheirosa
De enfeite sutil
E no lírio que causa o delírio da rosa
O martírio da alma da rosa
Que é a flor mais vaidosa e mais prosa
Entre as flores do nosso Brasil
Abram alas pra dália garbosa
Da cor mais vistosa
Do grande jardim da existência das flores
Tão cheio de cores gentis
E também para a hortênsia inocente
A flor mais contente
No azul do seu corpo macio e feliz
Satisfeita da vida
Vem a margarida
Dos que têm paixão
E agora é a vez
Da papoula vermelha
A que dá tanto mel pras abelhas
E alegra este mundo tão triste
Com a cor que é a do meu coração
E agora aqui temos o bom crisântemo
Seu nome cantemos em verso e em prosa
Porém que não tem a beleza da rosa
Que uma rosa não é só uma flor
Uma rosa é uma rosa é uma rosa
É a mulher rescendendo de amor
Vinicius de Moraes
Para a manhã
Rosa acordada, que sonhaste?
Nas pálpebras molhadas vê-se ainda
Que choraste...
Foi algum pesadelo?
Algum presságio triste?
Ou disse-te algum deus que não existe
Eternidade?
Acordaste e és bela:
Vive!
O sol enxugará esse teu pranto
Passado.
Nega o presságio com perfume e encanto!
Faz o dia perfeito e acabado!
Miguel Torga
domingo, 23 de dezembro de 2012
Feliz Natal!
Que esse Natal não seja feito apenas de cores e comidas, luzes, prazeres e bebidas. Que haja partilha e esperança.
Que em nenhuma mesa falte pão, e em todos corações reine o amor.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Há uma orquídea florindo
Há uma orquídea
florindo - teu
sorriso. Alegre
emanação da terra, folha
do vento, súplice
auréola do sangue, doce
colina e anêmona
do mar.
Albano Martins
Floral
É isso.É primavera.
estou feliz, em febre.
Outros
politizam suas dores.
Eu
me polenizo
ou polemizo
- com as flores.
Affonso Romano de Sant'Anna
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Das rosas
Brindemos, todas as manhãs,
meu amor, com um tilintar de rosas,
ora brancas, ora carmim,
ora singelamente rosa.
Que símbolos melhor alinhavados
Para o bordado do amor
Poderia no mundo haver
Que os motivos da rosa:
Cor em choque, rubros beijos,
Alvos, raros pássaros
Que às vezes pousam em meu jardim.
Que outras formas mais completamente
Revelariam o que sentimos, este amor
Em cores tantas, em múltiplas instâncias:
Rosa dos ventos em caprichos de lua
Ora a negar-nos, ora a nos conceder
Por inteiro o seu perfume, a sua face.
Brindemos, pois, amantes,
Com o mais fino licor das rosas,
Tão finitas & sempre vivas,
Tão óbvias & super novas,
Tão dolorosamente espinho
E ainda amorosamente rosas:
Eis o amor
Em sua mais irretocável metáfora –
O resto são prosas.
Fernando Campanella
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Os lírios
Certa madrugada fria
irei de cabelos soltos
ver como crescem os lírios.
Quero saber como crescem
simples e belos — perfeitos! —
ao abandono dos campos.
Antes que o sol apareça
neblina rompe neblina
com vestes brancas, irei.
Irei no maior sigilo
para que ninguém perceba
contendo a respiração.
Sobre a terra muito fria
dobrando meus frios joelhos
farei perguntas à terra.
Depois de ouvir-lhe o segredo
deitada por entre os lírios
adormecerei tranqüila.
Henriqueta Lisboa
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Cravo
O Cravo é uma das flores mais populares do mundo. O significado desta flor foi muito importante para os gregos e romanos e tornou-se um símbolo no pico da civilização. Em Roma também era conhecida como "flor de Jove", porque Jove era o mais bondoso e admirado dos deuses.
Em Portugal, o cravo vermelho é o símbolo da Revolução de 25 de abril de 1974.
Atualmente também é utilizado como símbolo nacional em vários países e em várias ocasiões festivas
Na linguagem Vitoriana das Flores o Cravo simboliza o fascínio e dom de boa sorte para uma mulher.
sábado, 10 de novembro de 2012
Lavanda
O poder da lavanda é inegável, seu uso de maneira apropriada sempre trará bons resultados. A lavanda produz mais do que um simples relaxamento. Ela é uma verdadeira fonte de equilíbrio e revigoramento.
Certamente a lavanda é um grande presente do Criador, pelo aroma, pelas propriedades medicinais, pela beleza de seus campos.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Pequena flor
Como pequena flor que recebeu uma chuva enorme
e se esforce por sustentar o oscilante cristal das gotas
na seda frágil, e preservar o perfume que ai dorme,
e vê passarem as leves borboletas livremente,
e ouve cantarem os pássaros acordados com angústia,
e o sol claro do dia as claras estátuas beijando sente,
e espera que se desprenda o excessilvo, úmido orvalho
pousado, trêmulo, e sabe que talvez o vento
a libertasse, porém a desprenderia do galho,
e nesse temor e esperança aguarda o mistério transida
- assim repleto de acasos e todo coberto de lágrimas
há um coração com lânguidas tardes que envolvem a vida.
Cecilia Meireles
Gente com cheiro de flor
Às vezes eu tenho a impressão
de que alguns sorrisos
são ondas que começam no coração,
brincam de sol nos olhos e,
instantaneamente,
levam clarão para a boca,
para o rosto todo,
para a vida inteirinha.
.Ana Jácomo
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Atraia bichinhos simpáticos para o seu jardim
Quer lindos visitantes de patinhas ou asas
no seu jardim? Basta oferecer as flores favoritas deles. Veja só o que
plantas para ter a companhia de…
Borboletas: aposte nas plantas do gênero buddléia, conhecida como arbusto de borboleta
Beija-flor: gosta do pólen e do néctar das flores vermelhas
Joaninha: se sente atraída por flor de milefólio
Abelha: não resiste à flor de alfazema
Por Amanda Figueiredo
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Uma hortênsia azul
Queria tanto meu jardim florido,
Por belas hortênsias azuis!
Que ao cair do dia, um sonho lindo
Poisar em teus olhos nus...
Queria tanto, o verde das matas!
Auroras rasgando os olhos teus.
Colibris poisando nas raras datas,
Faces ocultadas neste peito meu!
Queria tanto a neblina do céu!
O calor no corpo preenchido de hortênsias
Refletindo o meu amor, por tua essência...
E calado junto ao meu peito
Viria dormir perfumado no meu leito
Um buquê ejetado como um doce véu!
Ledalge
Deve haver uma noite de primavera lá fora ...
"De repente todo o espaço pára…,
Pára, escorrega, desembrulha-se…,
E num canto do teto,
muito mais longe do que ele está,
Abrem janelas secretas
E há ramos de violetas caindo
Deve haver uma noite de primavera lá fora ... "
Fernando Pessoa
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Se eu pudesse...
Se eu pudesse, faria chover flores na tua vida
Pelas manhãs eu choveria gérberas lilases
Nas tardes, eu choveria hortênsias de cor anil
E nas noites, cobriria o teu céu com as flores de abril
Se eu pudesse, trocaria tuas lágrimas, teu pranto
Por brisas de alegria, doçura e encanto
Se eu pudesse, clamaria ao sol que nunca deixasse de brilhar
Sobre a tua pupila, teus lírios, teus campos
Se eu pudesse, te ofertaria sons de flautas ao luar
Daria asas aos teus sonhos mais doces
Enfeitaria tua estrada com estrelas douradas
E te presentearia com o infinito do mar.
Arnalda Rabelo
Gérberas
um dia nos chegamos
assustados, hesitantes
dançamos todas as valsas
afora , o tempo e as lembranças
Sem dizer, e sem fazer
casávamos em pensamento
bilhete de amor guardado
soneto de amor molhado
nas plumas do travesseiro
um dia a carta era verso
e o anverso foi distante
perdeu-se numa estrada
incendiou-se num canto
estrada de muitas curvas
com montes e matagais
cresceram heras e ervas
cresceram dores,quimeras
e no enlevo do amor
duas gérberas floresceram
outro dia
uma luz nos salvou
era tarde
era dia, e
tudo se renovou.
Socorro Moreira
Novembro é o mês das gérberas
É na primavera que as gérberas (Gerbera jamesonii) florescem.
Pertencentes à família Asteraceae, originária do Sul da África e Ásia.
A planta atinge até 40 cm de altura e propaga-se por meio de sementes ou divisão de touceiras. O plantio deve ser feito em solo arenoso, com boa drenagem (mistura recomendada: uma parte de terra comum de jardim, uma parte de terra vegetal e duas partes de areia).
Gosta de sol pleno e pode ser regada duas vezes por semana, de preferência apenas nos períodos secos, evitando o encharcamento do solo.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Clítia
Clítia era uma ninfa da água, apaixonada por Apolo, que não lhe correspondia, o que a fez definhar. Deixava-se ficar durante todo o dia sentada no frio chão, com as tranças desatadas caídas sobre os ombros. Durante nove dias assim ficou, sem comer nem beber, alimentando-se apenas com as próprias lágrimas e com o gélido orvalho. Contemplava o sol, desde que ele se erguia no nascente, até se esconder no poente, depois do seu curso diário; não via outra coisa, seu rosto voltava-se constantemente para ele. Afinal, conta-se, seus pés enraizaram-se no chão, seu rosto transformou-se numa flor, o Girassol, que se move constantemente em seu caule, de maneira a estar sempre voltada para o sol em seu curso diário, conservando, assim, o sentimento da ninfa que lhe deu origem.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Gérberas
Eu chego
e trago gérberas róseas e cravos brancos.
Arranjo-os no bule de alumínio
que herdei de minha mãe e que antes
me servira como chaleira.
Debaixo,
a mesa redonda
de jacarandá sobre o tapete
lindo
bordô, cheio de pêlos
dos gatos de lá.
A cama é minha
Mara Cunha
Entre Gérberas e Rosas
Nunca deixes de olhar para tua flor
com o encanto das aves retirantes
ainda que em sonho te pareça dor
a dor do olhar doído dos amantes.
A flor traz sensação de ver o amor
da gávea numerosa dos mirantes:
as flores são teus barcos ao sabor
das razões infinitas dos instantes.
Faze de ti como te cuida o artífice
que te faz renascer do apocalipse
ao plano de desconhecida esfera:
um canteiro de gérberas benditas
e os arco-íris de estradas infinitas
entre as rosas de tua primavera...
Afonso Estebanez
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
O malmequer que colheste
O malmequer que colheste
Deitaste-o fora a falar.
Nem quiseste ver a sorte
Que ele te podia dar.
Fernando Pessoa
Olhai os lírios do campo...
Olhai os lírios do campo...
Como são belos
Quando a manhã nasce
No coração dos homens…
Olhai os lírios do campo...
Tão alvos, Tão castos, Tão puros,
E procurai imita-los Em tudo que fizerdes,
Em tudo que virdes,
Em tudo que beijardes...
Olhai os lírios do campo...
Como são felizes
Quando dormem resignados
Nos dias húmidos do inverno triste...
Olhai os lírios do campo...
Como são felizes, Como são castos, Como são bons
Quando escrevem na “Vida”
O poema da “Inocência”...
Mário Souto
As duas flores
São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
Castro alves
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Pedro
"Pedro é um nome que a gente conhece em muitas línguas:
Pedro, Pierre, Pietro, Peter, Pether, Petrus.
Pedro pintou, um dia, em alguma parte do mundo, o retrato
de uma borboleta.
O papel tinha o tamanho de sua intenção.
As cores, as de seu desejo.
Pintou ainda, sobre o papel, flores para a borboleta se esconder
e galhos para descansar.
É mesmo fácil imaginar sua pintura ou faze-la, mas a
conseqüência não foi tão simples.
É melhor saber toda a história.
Pierre acordou com o coração cheio de domingo.
Domingo é dia em que a gente não quer nada e por isso
acontece quase tudo.
Não era domingo, mas ele se sentia em paz com o mundo.
Nesse dia ele viu o vôo de uma borboleta (vôo de borboleta
pode transformar qualquer dia em domingo)."
Bartolomeu Campos Queiroz.
Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...
Fernando Pessoa
domingo, 23 de setembro de 2012
O velho e a flor
Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.
Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:
O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.
Vinícius de Moraes
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
As estações do ano
Em um passado muito longínquo, o ano era dividido apenas em duas partes: veris (bom tempo) e hiems (mau tempo). Mas, a partir do século 17, os estudiosos começaram a dividir o ano em quatro estações e batizaram cada uma delas com um nome originado do latim.Veja o que significam:
PRIMAVERA: a palavra origina-se de primo vere, que quer dizer princípio da boa estação.
VERÃO: vem da expressão latina veranum tempus, que significa tempo da frutificação.
OUTONO:originou-se de tempus autumnus, que é o mesmo que tempo de ocaso.
INVERNO: de tempus hibernus, quer dizer tempo de hibernar.
Estão voltando as flores
Vê, estão voltando as flores
Vê, nessa manhã tão linda
Vê, como é bonita a vida
Vê, há esperança ainda
Vê, as nuvens vão passando
Vê, um novo céu se abrindo
Vê, o sol iluminando
Por onde nós vamos indo
Por onde nós vamos indo
Paulo Soledade
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Violeta
Sempre teu lábio severo
Me chama de borboleta!
- Se eu deixo as rosas do prado
É só por ti - violeta!
Tu és formosa e modesta,
As outras são tão vaidosas!
Embora vivas na sombra
Amo-te mais do que às rosas.
A borboleta travessa
Vive de sol e de flores.
- Eu quero o sol de teus olhos,
O néctar dos teus amores!
Cativo de teu perfume
Não mais serei borboleta;
- Deixa eu dormir no teu seio,
Dá-me o teu mel - violeta!
Casimiro de Abreu
Perfumes e amor
A flor mimosa que abrilhanta o prado
Ao sol nascente vai pedir fulgor;
E o sol, abrindo da açucena as folhas,
Dá-lhe perfumes - e não nega amor.
Eu que não tenho, como o sol, seus raios,
Embora sinta nesta fronte ardor,
Sempre quisera ao encetar teu álbum
Dar-lhe perfumes - desejar-lhe amor.
Meu Deus! nas folhas deste livro puro
Não manche o pranto da inocência o alvor,
Mas cada canto que cair dos lábios
Traga perfumes - e murmure amor.
Aqui se junte, qual num ramo santo,
Do nardo o aroma e da camélia a cor,
E possa a virgem, percorrendo as folhas,
Sorver perfumes - respirar amor.
Encontre a bela, caprichosa sempre,
Nos ternos hinos d'infantil frescor
Entrelaçados na grinalda amiga
Doces perfumes - e celeste amor.
Talvez que diga, recordando tarde
O doce anelo do feliz cantor:
- "Meu Deus! nas folhas do meu livro d'alma
Sobram perfumes - e não falta amor!"
Casimiro de Abreu
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Quero colher flores nos campos!
rosas, lírios cravos e jasmim
E um pequeno galho de alecrim
E também angélicas arrosar
Com seu perfume no ar a inzalar
Guarda a fragrância de doçura
Da essência de um puro olhar
Um ciciar de uma prece embelezar
Embalando atua suavidade no ar
A grandeza da natureza em se
Neste buquê vou te entregar
Para que o meu amor, eu possa
Verdadeiramente te encantar.
Ademir Alves
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