segunda-feira, 28 de setembro de 2009

POEMA FLORIDO E BELO SOBRE A PRIMAVERA























Perfil da Primavera


Marinheiro das estrelas absolutas,
eu me afogava no crepúsculo invisível das estátuas,
sonâmbulo tronco, como o ventre da última colmeia,
em que meninos inventavam o mundo,
entre o doce pânico do mel e o violino das abelhas.

Na paisagem de minha solidão lunar,
apenas o arco distendido das angústias.

Mas entre os corpos e a dança silenciosa,
o relâmpago de teus olhos serpenteou no infinito dos meus,
acordando as pálpebras assustadas do desejo
que brincavam na cereja púrpura do Campari,
como duas abelhas embriagadas.

Eras uma fogueira de jasmins incendiados,
como as espumas comovidas do oceano,
onde eu colhia o vinho, o trigo,
a rosa marítima de teus beijos.

Mas que anjo mágico ou pássaro planetário
esculpiu teus seios como quem inventa a febre,
o fogo, o lírio, a asa nua do prazer?

Que mecanismo fez teus lábios flor de açúcar,
gota de aurora, brisa vertiginosa das salivas?

Abraço teu corpo como quem abraça a primavera!
Recebo teus beijos como quem desfruta estrelas!

Estranha geografia a do teu corpo,
cuja pele habitam borboletas incendiadas
e onde os anjos açucarados das maçãs
fabricam a saudade a cada ausência,
como quem recolhe o perfume amarelo das laranjas:
entre a solene poesia e a infância transitória do silêncio!

Ah, amor!
O meu desejo é como um lírio acorrentado à lua,
a espera da bailarina ninfa do teu corpo.

Como um pássaro enamorado pelas nuvens
que descobre no infinito das manhãs
a pele macia da aurora nua.



(Nivaldo Lemos)

domingo, 27 de setembro de 2009

Lavanda, um santo remédio!









Através de milênios esta flor azul é "a alma da Provença". Era usada para perfumar o banho e as roupas depois de lavadas. O seu nome deriva da palavra latim 'Lavare' que significa lavar. Esta pequena flor azul é bem conhecida há séculos pelo seu perfume único.

No Verão, campos de lavanda extendem-se pela Provence e enchem o ar com o seu perfume de lavanda selvagem. O momento de colher o que a Natureza oferece chega, as jovens apanham as flores, fazem pequenos ramos e os os colocam em cestos. Depois, seguindo a tradição, a colheita é destilada em destiladores a vapor. Após a destilação, nasce o óleo essencial de lavanda.
A lavanda está ligada à pureza e à felicidade.
Ao inalarmos o aroma de seu óleo essencial, o hipotálamo envia uma mensagem à supra-renal, sinalizando a diminuição da síntese de cortisol, o hormônio do estresse, por isso é considerada tão relaxante.

Nomes Populares:

* alfazema,
* lavanda,
* lavande,
* lavândula.


Suas propriedades são inúmeras: analgésico, antidepressivo, antisséptico, bactericida, descongestionante, repelente de insetos, sedativo e vermífugo. O que mais faz desse óleo essencial uma chave para o bem estar é o fato de ser um estabilizante: quer dizer, se você está agitado, ele é calmante, se está depressivo, ele dá uma levantada no astral.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009




"De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol..."

Cacilia Meireles





















Tu és como o rosto das rosas:
diferente em cada pétala.
Onde estava o teu perfume? Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos
e o mundo inteiro ficou feliz.


(Cecília Meireles)

O problema da flor













A luz que vem das estrelas,
Diz - pertence-lhes a elas?
O aroma que vem da flor,
É seu? Dize, meu amor.

Problemas vastos, meu bem,
Cada cousa em si contém.
Pensando claro se vê
Que é pouco o que a mente lê
Em cada cousa da vida,
Pois que cada cousa, enfim,
É o ponto de partida
Da estrada que não tem fim.

Perante este sonho eterno
Falar em Deus, céu, inferno...

Ah! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo.


Fernando Pessoa

quarta-feira, 23 de setembro de 2009




















"... O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o ermo exultará e se encherá de flores; como o narciso, florescerá abundantemente, e também exultará de júbilo e romperá em cânticos..."
(Is 35,1-2)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Parceria com flores


















Todas minhas poesias, para escreve las,
tenho uma rica parceria com as estrelas,
e ainda conto com a ajuda do luar.
Mesmo que ela não fique completa
dispoe de bastante sorte, esse poeta
que também busca inspiração, em seu olhar.

Nos poemas onde vou falar sobre amores,
tenho lá, um jardim repleto de flores,
onde o que não falta, são palavras para rimar.
Entre tantas, de cor amarela ou vermelha,
para mim e como se fosse uma centelha,
onde frases lindas, já começam a brotar.

Numa roseira florida, ou mesmo numa muda,
também e fonte, onde vou buscar ajuda,
quando não a encontro numa canção.
Então junto sonhos, flores e as fantasias,
com carinho, vou montando belas poesias,
que são sempre aprovadas, por seu coração.


Gil de Olive

Poema florido e belo sobre a primavera

















Perfil da Primavera


Marinheiro das estrelas absolutas,
eu me afogava no crepúsculo invisível das estátuas,
sonâmbulo tronco, como o ventre da última colmeia,
em que meninos inventavam o mundo,
entre o doce pânico do mel e o violino das abelhas.

Na paisagem de minha solidão lunar,
apenas o arco distendido das angústias.

Mas entre os corpos e a dança silenciosa,
o relâmpago de teus olhos serpenteou no infinito dos meus,
acordando as pálpebras assustadas do desejo
que brincavam na cereja púrpura do Campari,
como duas abelhas embriagadas.

Eras uma fogueira de jasmins incendiados,
como as espumas comovidas do oceano,
onde eu colhia o vinho, o trigo,
a rosa marítima de teus beijos.

Mas que anjo mágico ou pássaro planetário
esculpiu teus seios como quem inventa a febre,
o fogo, o lírio, a asa nua do prazer?

Que mecanismo fez teus lábios flor de açúcar,
gota de aurora, brisa vertiginosa das salivas?

Abraço teu corpo como quem abraça a primavera!
Recebo teus beijos como quem desfruta estrelas!

Estranha geografia a do teu corpo,
cuja pele habitam borboletas incendiadas
e onde os anjos açucarados das maçãs
fabricam a saudade a cada ausência,
como quem recolhe o perfume amarelo das laranjas:
entre a solene poesia e a infância transitória do silêncio!

Ah, amor!
O meu desejo é como um lírio acorrentado à lua,
a espera da bailarina ninfa do teu corpo.

Como um pássaro enamorado pelas nuvens
que descobre no infinito das manhãs
a pele macia da aurora nua.


(Nivaldo Lemos)





















"Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol."
Cecilia Meireles

Canção da primavera


















Catavento enlouqueceu,
Ficou girando, girando.
Em torno do catavento
Dancemos todos em bando.

Dancemos todos, dancemos,
Amadas, Mortos, Amigos,
Dancemos todos até

Não mais saber-se o motivo...
Até que as paineiras tenham
Por sobre os muros florido!

[Mário Quintana - Canções, 1946]

sábado, 19 de setembro de 2009



























“Sou entre flor e nuvem. Por que havemos de ser unicamente humanos?”
(Cecília Meireles)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009



























Tenho o nome duma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei.


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 11 de setembro de 2009



















Um nenúfar flutua
na mesma água
que a Lua.

Jorge de Sousa Braga

Crisântemo




























O Crisântemo é o símbolo do Japão, país em que
o imperador se senta no “trono do crisântemo”.
Estas flores também estão associadas à bandeira
japonesa, que possui uma esfera que representa o
coração do crisântemo (uma flor sem as pétalas)
que, por sua vez, representa, para os japoneses, o
símbolo do sol.
Na Europa, e em países culturalmente seus
descendentes, o crisântemo está associado à
morte, sendo as flores preferidas nos velórios e
para representar os pêsames.
Enquanto alguns a utilizam como consolo para a
perda de alguém querido, outros cultivam o hábito
de brindar a vida e saúde com uma pétala de
crisântemo no fundo da taça.
No Brasil, estas flores são utilizadas para
representar tanto a vida quanto a morte, o sol e a
chuva. São as flores preferidas para ser oferecidas
no dia de finados e no dia de Todos os Santos. No
México, presentear com flores crisântemo
representa uma declaração explícita de amor.

Nenúfar





















O nome da Flor Nenúfar ou Flor de Lótus teve
origem na deusa das fontes, Nymphe.
As ninfas costumavam brincar no meio dos
nenúfares, por isso, estão ligados a elas... Na
mitologia grega, o nenúfar está ligado às virgens.
Nos egípcios, o nenúfar fazia parte do nascimento
do mundo, juntamente com o deus Sol e o deus
Osíris. No budismo, diz a lenda que Brahma nasceu
de uma flor de lótus que teria crescido no umbigo
de Vishnou.

Lírios






















O Lírio é uma das flores mais antigas de que se
tem notícia, faz parte de uma lista muito antiga de
flores que foram consideradas mágicas pelo poder
que teria, de protecção contra a bruxaria e as más
vibrações. Acredita-se que, nos jardins, são
verdadeiras barreiras contra malefícios. Alguns
dizem que o lírio nasceu das lágrimas que Eva
derramou,ao abandonar o Jardim do Éden.
Para os egípcios, as flores brancas de lírio
simbolizavam a deusa Ísis, e os gregos pensavam
que essas flores haviam brotados do leite que a
Hera, deusa da lua, deixou cair, enquanto
alimentava Heracles. Os cristãos a associam à
Virgem Maria, fazendo alusão à pureza. Este fato
justifica a presença da flor nos ramos das noivas.

Orquídeas



















Sobre a Orquídea há uma lenda que conta que,
numa manhã ensolarada, apareceu uma deusa
deliciosamente perfumada com um delicado xale,
na costa de Java.
Passeava serenamente por um
bosque repleto de sândalos, magnólias e carvalhos.
Os raios solares chegavam ao solo, filtrados pelos
ramos das árvores, dissipando aos poucos a
sombra da noite.
Quando a deusa desapareceu, o
seu xale permaneceu sobre um ramo, numa
posição em que recebia sombra e luz. Foi então
que o xale se transformou numa bela e misteriosa
flor, a orquídea, uma das mais fascinantes e
sensíveis flores já vistas na natureza. A planta
morreu quando os homens, sem delicadeza, a
deixaram ali no chão, caída. Mas a bondade da
deusa fez com que a orquídea revivesse a partir
das sementes que ali ficaram, para que, no mundo,
a partir de então, florescessem orquídeas para
admiração dos seres que a ele pertenciam.
Hoje são flores de festas, luxuosas, mas no passado
eram colhidas pelos homens e pelas mulheres do
povo, para serem oferecidas em ramos aos seus
deuses.

Papoulas






















Sobre as Papoulas existe a seguinte lenda: depois
de ter sido raptada por Hades, Zeus permitiu a
Perséfone renascer na Primavera sob a forma de
uma papoula.
A papoula é conhecida há mais de
cinco mil anos.
Morfeu, deus dos sonhos, recebia-a em oferendas,
em forma de coroas. Consta que Júpiter
transformara, em papoula, o jovem pastor que
costumava imitar o canto do galo cada vez que via
as ninfas nuas a tomar banho.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O problema da flor



















A luz que vem das estrelas,
Diz - pertence-lhes a elas?
O aroma que vem da flor,
É seu? Dize, meu amor.

Problemas vastos, meu bem,
Cada cousa em si contém.
Pensando claro se vê
Que é pouco o que a mente lê
Em cada cousa da vida,
Pois que cada cousa, enfim,
É o ponto de partida
Da estrada que não tem fim.

Perante este sonho eterno
Falar em Deus, céu, inferno...

Ah! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A flor e a pedra

















“Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Quem sabe como conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza. Passou uma jovem e ficou admirada com a flor. Logo pensou em Deus. Cortou a flor e a levou para a igreja. Mas, após uma semana, a flor tinha morrido”.

“Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Quem sabe como conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza. Passou um homem, viu a flor, pensou em Deus, agradeceu e a deixou ali; não quis cortá-la para não matá-la. Mas, dias depois, veio uma tempestade e a flor morreu”.

“Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Quem sabe como conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza. Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida com ela: bonita, mas, sozinha. Decidiu voltar todos os dias. Um dia regou, outro dia trouxe terra, outro dia podou, depois fez um canteiro, colocou adubo. Tempos depois, lá onde só havia pedras e uma flor, nasceu um jardim!...”.
(autor desconhecido)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009





















Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul;
assopra no meu jardim, para que destilem os seus aromas.
Ah! entre o meu amado no jardim, e coma os seus frutos excelentes!
"Cantares de Salomão"





















"... O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o ermo exultará e se encherá de flores; como o narciso, florescerá abundantemente, e também exultará de júbilo e romperá em cânticos..." (Is 35,1-2)