segunda-feira, 3 de setembro de 2012
O Ramo roubado
Pela noite entraremos para roubar
Um ramo florido.
Ainda não se foi o inverno,
E a macieira aparece
Convertida, de súbito,
Em cascata de estrelas perfumadas.
Pela noite entraremos
Até chegar ao firmamento trêmulo,
E tuas mãos pequenas como as minhas
Roubarão as estrelas.
E sigilosamente
À nossa casa,
Pela noite e na sombra,
Entrará com teus passos
O silencioso passo do perfume
E com pés entrelaçados
O corpo claro desta primavera.
Pablo Neruda
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