quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Os lírios





Certa madrugada fria

irei de cabelos soltos

ver como crescem os lírios.


Quero saber como crescem

simples e belos — perfeitos! –

ao abandono dos campos.



Antes que o sol apareça,

neblina rompe neblina

com vestes brancas, irei.


Irei no maior sigilo

para que ninguém perceba

contendo a respiração.


Sobre a terra muito fria

dobrando meus frios joelhos

farei perguntas à terra.



Depois de ouvir-lhe o segredo

deitada por entre lírios

adormecerei tranquila.


Henriqueta Lisboa

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