sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lírios




















Não pergunte onde eu estava quando escrevi algo. Andava certamente bem aqui dentro de mim. Ora passeando por minha memória cheia de fatos, ora sentada, como o gênio da garrafa, bem dentro do meu coração, aconchegada às almofadas dos sentimentos.
Às vezes sinto saudades do cheiro dos lírios à beira do córrego ,naquela pequena cidade ondi vivi quando as pessoas me viam como uma criança. Não foi tudo que ficou de lá, mas é a lembrança mais forte. Conheço o cheiro molhado e fresco que beirava o pequero córrego de águas frias e transparentes. Podia-se ver a areia, feito purpurina, misturando-se à agua. Eu retirava pedrinhas, as mais claras e redondas que eu podia encontrar, daquele leito líquido e brilhante ao sol. Lá embaixo, as lavadeiras batiam as roupas nas pedras. Eu gostava de ver meu vestido branco estendido sobre a relva verdinha.
Quando a roupa era devolvida à casa, limpa , seca e bem passada eu ia correndo cheirá-la para ver se ainda havia algum traço do cheiro dos lírio. Não havia.
Apenas o branco, muito branco, trazia de novo o riacho com sua água brilhante e seu cheiro de lírios para perto de mim.

Helen Drumond

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